Equilíbrio Entre o Dar e o Receber

O equilíbrio das relações faz parte de uma das leis sistêmicas, ele está muito ligado ao pertencimento e a ordem, então, é muito difícil separar uma lei da outra, mas isso realmente influencia na nossa vida?

Assim como a gravidade que você não vê e existe, as leis do amor acontecem da mesma forma e o fato às vezes de você não conhecê-las, faz com que você viole muitas delas durante sua vida inteira, e isso vai causando emaranhados na sua vida, e causando esses emaranhados, você vai se amarrando e chega em um determinado momento que você observa que não dá mais, que está vivendo um caos e necessita mudar isso, mas o caos é algo bom, por incrível que pareça, pois ele traz possibilidade, então é quando você está passando por uma situação insuportável e tenta mudar aquilo, precisou mudar sua postura para que as situações ruins acabam, o caos nada mais é do que possibilidades.

Falando exclusivamente da lei de equilíbrio de troca, sendo a lei da compensação que o Hellinger fala da constelação, ele observou que nas relações elas precisam estar em equilíbrio para irem bem, mas muitas vezes não temos esse equilíbrio na nossa vida, porém, é preciso viver em equilíbrio para se ter harmonia, mas se uma pessoa faz demais pela outra, e não ocorre essa troca, acontece grosseiramente a primeira violação desta lei, que é o desequilíbrio.

Existe uma relação que tentamos compensar a vida inteira, mas nunca vamos conseguir compensar essa relação nessa vida, sendo a relação entre pais e filhos. O bem mais precioso que temos na nossa vida, é nossa própria vida, tanto que quando você quer consciente ou inconscientemente culpar seus pais por algo, a tendência é você ser fracassado, triste ou atrair situações de morte, ou até suicídio, então essa relação entre pais e filhos nós não compensamos na vida, não há um equilíbrio, nós sempre estamos tentando compensar, mas não conseguimos ter esse equilíbrio. Essa relação sempre tende a desequilibrar e desequilibra mais para o nosso lado, o lado que você fala que está sendo ingrato com seu pai ou sua mãe.

O fato de você ser ingrato, é não ser grato a vida que te deram, mas se em uma situação de, por exemplo, financeira, a sua mãe te pede dinheiro constantemente e você chega a se endividar ou comprometer a vida da sua família para ajudar sua mãe que te deu a vida, pois essa relação está desequilibrada e você vai tentar compensar, e tentando compensar, você acaba se quebrando, seja emocionalmente, financeiramente e fisicamente, vendo a necessidade de carregar um peso nas costas ou pessoas em suas costas. Então, essa relação nós não equilibramos, nunca na vida, vamos tentar compensar, mas tem seu meio-termo, a hora de intervir e de saber falar não.

Muitas vezes pode ser que você não teve o amor do seu pai e da sua mãe ou você não teve aquilo que esperava deles, e hoje tenta fazer ao máximo para que seus pais olhem para você em um pedido desesperado de“ por favor, olhe para mim”, isso é algo também muito comum.

Nas relações profissionais, tem algo que ocorre muito no dia a dia, que é quando um faz de mais pelo outro ou tem aquele funcionário que solicita a todo momento e você não sabe dizer não, pois quando você diz não, você sente que está desequilibrando uma relação, mas chega lá na frente em um determinado momento que você vai querer essa compensação e vai esperar que haja uma moeda de troca, a moeda de troca não é necessariamente o dinheiro, pode ser um reconhecimento, às vezes não é o suficiente, às vezes a pessoa não te reconhece ou somente te procura para pedir ajuda e não há uma troca nisso tudo, então essa relação precisa ser equilibrada, não necessariamente com dinheiro, ela precisa ser equilibrada da maneira que você sente que precisa ser equilibrada.

Essas relações no trabalho precisam estar equilibradas, e se alguém te pede um favor dentro do trabalho, será que você tem uma moeda de troca caso você peça um favor para essa pessoa também ou às vezes a pessoa não vai precisar de um serviço seu, mas essa relação precisa ser compensada.

Uma das coisas que compensam muito, é quando a pessoa te vê somente como uma luz no fim do túnel, mas também não vou ser incoerente, pois muitas vezes você pode ser a luz daquela pessoa em meio a escuridão, e às vezes a pessoa te procura, porém, essa pessoa pode te procurar diversas vezes, mas qual vai ser sua troca? Muitas vezes temos que pensar por esse lado para não ocorrer um desequilíbrio.

Quando envolve relacionamento, existe uma representação, por exemplo, você tem uma desavença com sua mãe e sua companheira(o) vai representar sua mãe para você, pois hoje ela é a mulher mais próxima a você, então ela é a representação do seu primeiro amor, que é a sua mãe, e se você tem um problema com sua mãe, vai ser diretamente refletido nela.

Geralmente, na relação de casal ou é uma exclusão vinda da mãe e do pai, que é representado no parceiro, que isso também pode envolver uma ordem, então às vezes a pessoa entra em uma situação de não ser o pai da pessoa, mas se coloca como ele se a pessoa tiver um problema com o pai e vice e versa. Mas o equilíbrio em si, a compensação, é uma das coisas que mais vejo que falta.

Nós temos que encontrar o que equilibra a relação, e muitas vezes está na maneira de que cada um enxerga o mundo como consequência do amor. Você precisa encontrar o que de fato equilibre sua relação, se você consegue colocar essa lei do equilíbrio em prática, os relacionamentos abusivos tendem a diminuir, as pressões e sobrecargas tendem a diminuir, pois você está sendo autêntico e está fazendo a sua compensação.

Imagine uma situação onde a mulher ganha mais que o homem, ou pode ser o homem também, o que ocorre nessa relação quando o outro fala para um assim: “vou pagar sua faculdade”, principalmente algo relacionado ao estudo, que vai caminhar para a vida, isso tende a dar uma descompensação, pois quando você paga uma faculdade para a pessoa, por exemplo, ela nunca ou dificilmente vai conseguir compensar isso, pois somente quem faria isso por ela seriam os pais, pois são eles que te dão uma profissão e te encaminham na vida.

Se a pessoa não teve uma oportunidade de fazer uma faculdade ou de estudar e você dá esse estudo a ela, tem que estar muito consciente na cabeça dela e no coração, que o que eu estou fazendo é impagável, não necessariamente só impagável, mas que é uma situação que um pai faria para um filho, e o sentimento de quem está recebendo algo que é para vida, um curso, uma formação ou uma faculdade, tem que está em seu coração a frase: “o que você fez por mim, não tem preço”.

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